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Novas descobertas podem explicar mudanças cerebrais do Alzheimer[#item_image]

Novas descobertas podem explicar mudanças cerebrais do Alzheimer[#item_image]
  • PublishedSetembro 19, 2024

O Alzheimer se desenvolve a partir do acúmulo de certas proteínas – beta-amiloide e tau – no cérebro, que se tornam tóxicas para os neurônios. Esses neurônios começam a se deteriorar e morrer, causando os sintomas comuns da doença, como a perda de memória. No entanto, esse mecanismo ainda não é totalmente compreendido.

Um novo estudo conduzido pelos laboratórios The Neuro e Douglas Research Centre encontrou novas informações sobre como essas proteínas afetam a atividade cerebral e possivelmente contribuem para o declínio cognitivo associado à doença.

Imagem cerebral mostrando beta-amiloide (duas imagens à esquerda) e tau (duas imagens à direita) – Imagem: Jonathan Gallego Rudolf

Como as proteínas alteram a atividade cerebral

A investigação analisou o cérebro de 104 pessoas com histórico familiar de Alzheimer.

Utilizando exames avançados, foram detectadas as proteínas beta-amiloide e tau no cérebro e medida a atividade cerebral dos participantes.

Áreas com acúmulo de beta-amiloide mostraram sinais de hiperatividade cerebral, indicando uma capacidade de processamento mais rápida do que o normal.

Esse padrão mudou quando beta-amiloide e tau estavam presentes juntas: houve uma desaceleração da atividade cerebral, ou seja, hipoatividade.

As pessoas com maior desaceleração cerebral mostraram um maior declínio na memória e na atenção.

Além disso, a equipe descobriu que as alterações cerebrais causadas por essas proteínas ocorrem antes dos primeiros sintomas perceptíveis do Alzheimer.

Um dos exames usados no estudo é magnetoencefalografia que registra campos magnéticos produzidos por correntes elétricas do cérebro – Imagem: Jonathan Gallego Rudolf

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Os resultados atuais estão alinhados com descobertas anteriores feitas em modelos animais e computacionais, e contribuem para o avanço na compreensão dos mecanismos por trás da doença de Alzheimer.

Nosso estudo fornece evidências diretas em humanos sobre a mudança hipotética na atividade neurofisiológica, de hiperatividade para hipoatividade neural, e sua associação com o declínio cognitivo

Jonathan Gallego Rudolf, para o Medical Xpress.

Ainda é necessário investigar mais a fundo. Na próxima fase do estudo, os cientistas pretendem acompanhar como o cérebro dos participantes muda ao longo do tempo. O objetivo é verificar se o acúmulo das duas proteínas promove uma desaceleração adicional da atividade cerebral e se isso pode ajudar a prever com precisão o declínio cognitivo dos pacientes.

O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.

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