Google vai pagar pechincha por captura de carbono; entenda[#item_image]
![Google vai pagar pechincha por captura de carbono; entenda[#item_image]](https://redegraciosa.com.br/wp-content/uploads/2024/09/google-gemini-1024x682-WIDTUK-770x470.jpeg)
O Google anunciou nesta semana que fechou um acordo para comprar créditos de captura de carbono da Holocene. O valor por tonelada será o menor já registrado no setor: US$ 100 (R$ 562,71, na conversão direta).
A companhia informou que serão 100 mil toneladas de carbono capturadas até 2032 e que o acordo faz parte do compromisso de zerar emissões das operações (ao mesmo tempo que começou a emitir ainda mais carbono).
Google vai pagar por captura de carbono
A responsável por capturar carbono da atmosfera em nome do Google será a Holocene, startup relativamente jovem do setor, mas que já conta com investidores, como o Departamento de Energia dos EUA (DOE), Xprize Carbon Removal (de Elon Musk) e Breakthrough Energy (de Bill Gates).
A startup chamou a atenção por um motivo: enquanto empresas do setor cobram em média US$ 600 (R$ 3.376,26) para captura de uma tonelada de carbono, a Holocene o faz por US$ 100. Esse é o valor que o DOE estipula como meta para a tecnologia se tornar financeiramente viável.
Um dos fundadores da Holocene chegou a trabalhar na Climeworks, uma das primeiras empresas do setor de remoção de carbono, que prometia baratear o processo. Mesmo com a redução, os valores ficavam entre US$ 250 (R$ 1.406,78) e US$ 350 (R$ 1.969,49).
A proposta da startup é ousada e conta com incentivos, inclusive governamentais, como créditos tributários oferecidos pelo governo de Joe Biden.
Como Holocene conseguiu baratear captura de carbono
Apesar dos incentivos, a Holocene aposta em técnica diferente para baratear a captura de carbono:
De acordo com o The Verge, a startup diz que sua técnica é mais eficiente do que outras porque é capaz de executar dois ciclos químicos continuamente;
O primeiro ciclo conta com a passagem do ar capturado da atmosfera por água contendo aminoácidos que atraem o carbono;
Então, outros produtos químicos são adicionados à mistura para reagirem e tornarem o carbono um cristal sólido;
Uma vez que os sólidos são separados dos líquidos, eles são aquecidos entre 50 °C e 100 °C (temperatura para ebulição da água) para liberar o carbono em fluxo concentrado.
A título de comparação, o processo da Climeworks funciona assim:
O processo usa filtros sólidos que puxam carbono do ar;
Uma vez que ele esteja saturado, é aquecido (assim como na Holocene) para ser liberado;
Quando esse ciclo termina, é necessário descarregar o carbono e carregar mais ar para reiniciar o processo.
A vantagem do processo da startup é justamente esse: não é necessário terminar um ciclo para começar outro, ele é contínuo.
Leia mais:
Startup usará carbono recuperado da atmosfera para melhorar data centers; veja como
IA do Google cria podcast com base no que você escreve
Canadá anuncia primeiro complexo mundial de remoção de carbono
Startup contratada pelo Google ainda tem desafios pela frente
Apesar da proposta inovadora e com preços baixíssimos para o que o setor está acostumado, a Holocene terá desafios para concretizá-la. Isso porque, por enquanto, a empresa tem duas instalações em escala comercial no mundo, na Islândia, e alguns projetos em andamento nos Estados Unidos, Noruega, Quênia e Canadá.
Um deles é uma planta piloto em Knoxville, cidade no Tennessee (EUA), capaz de retirar apenas dez toneladas de carbono do ar por ano. Para se ter uma ideia, o acordo fechado com o Google prevê 100 mil toneladas até 2032.
Entre os próximos passos, a startup vai construir uma planta capaz de capturar cinco mil toneladas anualmente e, depois, uma de 500 mil toneladas. A big tech pagou US$ 10 milhões (R$ 562,71 milhões) no acordo, do qual parte será usado para ajudar a concretizar os planos da Holocene.
O post Google vai pagar pechincha por captura de carbono; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.