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La Niña: fenômeno pode até resfriar o planeta, mas…[#item_image]

La Niña: fenômeno pode até resfriar o planeta, mas…[#item_image]
  • PublishedSetembro 11, 2024

Por pouco tempo! Uma nova projeção divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que há 60% de chances de que o La Niña passe a atuar até o final deste ano. O fenômeno climático é o oposto do El Niño e consiste no resfriamento das águas do Oceano Pacífico.

Fenômeno não deve ser intenso ou prolongado

De acordo com os cientistas, existe uma probabilidade de 55% de que as condições neutras (sem El Niño ou La Niña), que estão sendo registradas neste momento, se transformem em La Niña entre setembro e novembro deste ano. As chances aumentam para 60% de outubro de 2024 a fevereiro de 2025.

Por outro lado, a previsão mais recente da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos aponta que o La Niña atingirá seu pico entre novembro e janeiro, com 74% de probabilidade em dezembro. Apesar disso, existe a expectativa de que o fenômeno não seja intenso ou prolongado.

Fenômeno consiste no resfriamento anômalo das águas (Imagem: Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA)

Em outras palavras, os pesquisadores acreditam que o fenômeno deve causar o resfriamento das temperaturas no planeta. No entanto, isso será momentâneo e não interrompe o atual ciclo de aquecimento provocado pelas mudanças climáticas.

Mesmo que um evento de resfriamento de curto prazo La Niña surja, ele não mudará a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera.

Celeste Saulo, secretária-geral da OMM

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Anomalia da temperatura dos oceanos em novembro de 2007, sob influência de um La Niña (Imagem: NASA/Reprodução)

Efeitos esperados no Brasil

O último La Niña aconteceu entre 2020 e 2023.

Durante este fenômeno climático, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média.

Esse resfriamento provoca uma série de efeitos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul.

No Brasil, o fenômeno deve trazer mais chuvas para as regiões Norte e Nordeste.

O tempo deverá ficar mais seco no Centro-Sul, com chuvas irregulares, com possibilidade de geadas tardias e estiagem durante o verão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O fenômeno ainda cria condições mais favoráveis para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.

Isso pode ser favorável para a agricultura, especialmente para o cultivo da soja no Rio Grande do Sul, um dos principais produtores do país.

Este cenário também pode amenizar os prejuízos causados na região após as enchentes do final de abril e início de maio.

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