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Falta de autorização das famílias é o principal motivo da queda no número de doação de órgãos

  • PublishedSetembro 10, 2024

De janeiro a junho de 2023, a porcentagem de famílias que não autorizaram era de 40%. Agora, essa taxa subiu para 45%. Atualmente, no país, 64.265 pessoas estão na fila para receber um órgão. Autorização para doar órgãos caiu, no país
Setembro é o mês de conscientização e de incentivo à doação de órgãos. Em 2024, o apoio é ainda mais fundamental porque o número de doações caiu.
A saudade do filho é parceira constante da professora Cláudia Cunha Belsito desde 2013. Lino morreu aos 18 anos, depois de complicações para a retirada de um tumor benigno. Ele tinha o corpo saudável quando teve morte cerebral, e a mãe doou órgãos do filho.
“Os rins, dois. As córneas, duas. Coração e o fígado. São seis órgãos para seis pessoas”, conta.
Mas nem sempre é assim. Quase todos os dias, tem alguém que morre na fila à espera da doação de um coração, de um fígado, de pulmões. E todos os dias, tem gente morrendo sem que as famílias autorizem a doação dos órgãos. É essa conta que não fecha que faz diminuir a chance de quem precisa de um transplante para continuar vivo.
Uma angústia que o pediatra Abel Melo enfrenta há seis meses. Ele tem um tumor no fígado.
“Eu fico muito apreensivo porque só quem está passando por esse momento e esse sentimento é que sabe o quanto a gente depende desse amor e caridade das pessoas em relação a isso”, diz.
Atualmente, no país, 64.265 pessoas estão na fila para receber um órgão. No primeiro semestre de 2024, as doações caíram 2% em relação ao mesmo período de 2023. A falta de autorização das famílias foi o que mais pesou nessa queda. De janeiro a junho de 2023, a porcentagem de famílias que não autorizaram era de 40%. Agora, essa taxa subiu para 45%.
Especialista em transplantes, o médico Lúcio Pacheco diz que é preciso melhorar a forma de abordar a família sobre a importância da doação na hora da dor.
“A gente tem que olhar para como estão sendo feitas essas entrevistas, como estão sendo feitas as comunicações de morte para a família e, depois, o quanto essa família foi acolhida ou não, informada sobre doação de órgãos para poder tomar a decisão”, afirma o médico Lúcio Pacheco.
Para quem espera e para quem ajuda outras pessoas a continuarem vivas, o amor é um ponto comum.
“É uma forma de amor, de gratidão, de doação”, diz Abel Melo.
“Eu ficava fantasiando que eu era um pouco mãe dessas pessoas também”, diz Cláudia Cunha Belsito.
Para Cláudia, os órgãos doados são os seis motivos que tornam a ausência do filho mais suportável.
“Uma pessoa boa que me faz muita falta. Um cara bom. Acima de tudo, um cara bom. Esse coração bom está na cidade”.
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