Edmundo González explica motivos de ter deixado Venezuela e afirma que continua comprometido com a democracia
No fim de semana, o ex-candidato da oposição embarcou para Madrid, na Espanha. Temendo ser preso, ele pediu refúgio na Embaixada da Holanda no dia seguinte à eleição. Depois, recorreu à Espanha. Edmundo González explica motivos de ter deixado Venezuela e afirma que continua comprometido com a democracia
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O ex-candidato da oposição na Venezuela explicou nesta segunda-feira (9) por que decidiu pedir asilo na Espanha.
Edmundo González Urrutia chegou no domingo (8) a Madrid, em um voo da Força Aérea Espanhola, mas não apareceu em público, nem deu entrevistas.
Nesta segunda, ele publicou em uma rede social uma carta com os motivos de ter deixado a Venezuela. González afirmou que tomou essa decisão porque o destino do país não pode e não deve ser um destino de conflito, com dor e sofrimento. Disse que fez isso para que as coisas mudem e uma nova etapa seja construída na Venezuela Gonzalez afirmou:
“Somente a democracia e o cumprimento da vontade popular podem ser o caminho para o futuro do país.”
Ele garantiu que vai continuar trabalhando por isso e que dará prioridade à libertação de presos políticos.
Edmundo González explica motivos de ter deixado Venezuela e afirma que continua comprometido com a democracia
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Edmundo González foi o candidato da oposição contra Nicolas Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho. A autoridade eleitoral – controlada pelo regime – declarou a vitória de Maduro sem apresentar atas de votação detalhadas. E as principais democracias da comunidade internacional não reconheceram o resultado.
Já os documentos da oposição comprovaram uma vitória expressiva de González. Temendo ser preso, ele pediu refúgio na Embaixada da Holanda, no dia seguinte à eleição. Depois recorreu à Espanha.
Na segunda-feira passada, a Justiça – também controlada por aliados de Maduro – pediu a prisão de González. No fim de semana, o ex-candidato embarcou para Madrid. No último domingo, depois de chegar, contou em uma mensagem de áudio que a saída de Caracas foi cercada de coações e ameaças.
Repercussão internacional após Edmundo González se refugir na Espanha
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Em entrevista ao jornal El País, o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, declarou que a recepção de Edmundo Gonzalez na Espanha se deve a razões humanitárias. Segundo o ministro, o governo espanhol não negociou nenhuma contrapartida com o regime venezuelano, em troca da saída do ex-candidato.
José Manuel Albares reafirmou que a Espanha não vai reconhecer o resultado das eleições na Venezuela, se as atas não forem divulgadas.
A União Europeia, a Organização dos Estados Americanos e países da América Latina lamentaram o que chamaram de exílio forçado do líder da oposição.
O governo dos Estados Unidos declarou que a situação é resultado direto das medidas antidemocráticas do presidente Nicolás Maduro. E que González não precisaria de asilo se não fosse alvo de acusações forjadas e ridículas.
Nicolás Maduro
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Em entrevista ao Jornal Nacional, a professora da Universidade Complutense de Madrid, Leticia Maria Ruiz, especialista em América Latina, afirmou que a saída de Edmundo González é uma má notícia para a oposição, que perde um dos seus protagonistas. E é também a constatação de que o regime de Maduro não tem a intenção de parar a espiral de hostilidade e repressão, nem de divulgar os resultados eleitorais.
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